terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sonho de criança

É bom ser criança. Muito bom. É tão bom saber que você tem pra onde ir, que tem alguém que cuida de você (pelo menos é pra ser assim, né). Não há tanta preocupação em relação a dinheiro, com contas a pagar, prazos a cumprir. Nada. As únicas preocupações são suas notas na escola e se aquela outra pessoa que você tem uma queda, e que parece ser o amor verdadeiro de tanto que te dói, olha pra você ou não.
Entretanto, também existe aquele outro lado de não poder exatamente escolher as coisas que te dão, de ter que seguir os horários impostos pelos pais, de não ter muita liberdade de escolha e por aí vai.

Só que chega uma hora na vida que o que você mais quer é essa tal liberdade que lhe foi reprimida durante uma boa parte. Você até almeja as contas pra pagar e, com elas, seu espaço, suas coisas. Acho que já cheguei nessa fase a um tempo e agora tá ficando cada vez mais difícil. Preciso do meu espaço. Preciso das minhas coisas. Preciso da liberdade de poder ajeitar tudo do jeito que eu quero, de andar por aí sem me preocupar com ninguém, de poder queimar meu bolo sem ninguém perguntando se já tá pronto. Eu preciso urgente liberar minhas manias e dar uns gritos quando quero. Não aguento mais sufocar na garganta o monte de coisa que não pode sair. Não aguento mais ter que pagar o preço de cuidar de assuntos que não são meus. Eu quero minha casa. Quero minha vida. Não quero mais ser um projeto de adulto. Quero deixar o casulo e bater asas de uma vez.

E eu sei que, mais para frente, muito provavelmente, vou acabar olhando pra trás e dizendo (como já disse antes) que eu era feliz e não sabia. Eu sei que vou reclamar que estou preciso de dinheiro, que preciso disso e daquilo. Eu sei. Por que eu sou assim, um ser humano, alguém que nunca está completamente contente de estar onde está e de ser quem é. Mas eu sei que vou ser feliz por um tempo, um bom tempo, assim que eu conseguir dar esse passo para o futuro. Quem sabe, posso até mesmo fugir à regra e continuar mais feliz do que triste nessa balança que insiste em pender pra melancolia.

Esperança, mesmo burra, não me falta.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Impotência

Estou enrolando pra escrever já faz alguns dias... estava lendo um livro muito bom e queria escrever histórias como o escritor. Ao mesmo tempo, queria escrever sobre outras coisas que me afligem e, desse modo, nada saia. Nem um nem outro. However, como as coisas precisam começar a sair, vamos tentar aos trancos e barrancos.

Tem uma coisa, dentre muitas outras, que eu não consigo compreender nem um pouco. Eu fico tentando encontrar motivos, mas nunca me parecem bons o bastante, já que são motivos criados para tentar entender e não são os motivos reais de acontecer algo assim.
Se você passa sua vida com alguém, com seus altos e baixos, claro, e a pessoa continua ao seu lado te apoiando em tudo, ou quase tudo, principalmente nas piores fases da sua vida, por que, então, quando você consegue se reerguer e construir seu castelo de cartas de baralho você sobe tão alto que esquece da pessoa que esteve sempre com você? Por que é tão fácil, para algumas pessoas, se deslumbrar com o novo e com a perspectiva de uma vida boa e achar que é o único merecedor de tudo isso? Achar que foi apenas com seu esforço e suor que chegou até ali sendo que, se não fosse pelo apoio dessa outra pessoa, jamais teria chegado lá? Por que?
E, nesse caminho todo, por que achar que a outra pessoa não é mais merecedora do seu amor e da companhia? Jogar-se na vida de adolescente solteiro da meia-idade e fingir que não tem família? Ok. Não tá mais a fim de brincar de casinha? Muito bem, escolha sua. Então pack up your stuff and go! Qual a grande dificuldade de tomar uma atitude digna e acabar logo com a farsa? É muito mais fácil ter umas quatro vidas diferentes e rir quando a outra pessoa pede libertação, né?

Pra mim, isso tem nome: SADISMO.

Por que eu não vejo explicação, nada entra na minha cabeça. Se fosse, sei lá, medo ou dúvida, a pessoa, pelo menos, disfarçaria amor, constrangimento e prometeria mudar. Mas, não tem nada disso. Tem sarcasmo, gritos, superioridade, escárnio. Tem a completa falta de noção, tem a noção errada da certeza de estar certo em tudo o que faz. Acha que pode muito bem pisotear a outra pessoa, esqueceu completamente de todo o resto. "Filhos? Família? Quê? Cada um que se vire! Não é problema meu!"

É tão bom aprender a não entender nada e ficar imaginando coisas.
É tão bom ter um exemplo de vida desse. Um exemplo de vida tão forte e presente. Um exemplo de vida a não ser seguido de maneira alguma.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Esperança

Quem vive de passado é museu, né? Já ouvi essa frase tantas vezes que às vezes acho que eu sou um super museu.

Nah... é que quando o passado te marca e te molda é um pouco difícil esquecer completamente dele, ainda mais quando há tantas cicatrizes abertas e fechadas que não te deixam esquecer.
Foi uma época feliz, inocente demais, cheia de esperança e sonho. Não digo que foi perfeita, nada é perfeito. Também foi regado de lágrimas e corações partidos, mas marcou profundamente como algo bom em seu resultado final. Não sei se essa marca ficou devido à fase da vida ou por outro motivo que desconheço.

Só lembro que era bom, apesar de tudo o que deu errado. Apesar dos conflitos por motivos idiotas. Apesar da criancice. Apesar de ciúmes bestas.

Eu tenho essa capacidade meio estranha. Essa capacidade de, apesar de sofrer, com o tempo, conseguir apagar certas coisas ruins e deixar aflorar apenas o que foi bom. Não sei se isso é algo necessariamente bom, por que eu acabo passando por cima de coisas que não foram exatamente resolvidas e isso pode acabar se voltando contra mim um dia.

Enfim, só sei que tenho saudade. E, recentemente, quando me deparei com meu passado, do qual não havia esquecido e me pegava até mesmo sonhando com certas coisas, voltando para mim, achei que as coisas seriam como antigamente. Achei que tudo de ruim seria esquecido e que o calor de antes voltaria rapidamente, mas não foi bem assim.

Não sei se sou eu ou se é assim mesmo. Não sei se as coisas podem voltar a ser como antes ou nascer de novo de uma forma diferente. Não sei. Só sei que tenho saudade.




E esse post um dia voltará a ser remoído. Aconteceu outra coisa e o humor mudou. Sorry, folks.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Paciência

Taí uma coisa que eu não tenho. Acho bem legal quem tem aquelas paciências de Jó mesmo. Às vezes até acho irritante, por que não parece uma coisa normal (assim como pessoas felizes, mas essa é outra história).
Além de impaciente, ou nada paciente, como queiram, também sou um tantinhozinho rancorosa. Eu sei que é uma coisa que não faz bem, que só eu me ferro no final e tudo mais, mas é meio complicado mudar certas características pessoais. E essa combinação é um inferno. Ah, e tem um outro fator: na grande maioria das vezes, eu guardo tudo pra mim e parece que tá tudo sempre às mil maravilhas. Só que não tá. Muito pelo contrário, eu fervo por dentro, eu trinco os dentes, eu quero gritar, xingar, socar, mas eu não falo nada (tirando você aí que sabe quem é, por que com você eu posso ser eu mesma e você tem que me aguentar *:).
Eu grito sussurrando. Eu esmurro coisas que não fazem barulho. Eu me contenho demais. E isso pra alguém que não tem um pingo de paciência, pelo contrário, tá no negativo, é uma coisa muito complicada. Mas também me impede de dar uma de louca toda vez que alguém me tira do sério. E foda-se a gramática. :D
O que eu quero dizer é que eu sei que deveria encontrar o meio disso tudo, mas tem outros fatores que me impedem de chegar lá no momento.
Mas, voltando à estrela do momento, a paciência, eu queria dizer que

que nada.
Que eu já perdi a não-paciência pra esse post. Que só estou escrevendo por que eu tava com vontade de mandar alguém pra puta que pariu e não podia. E que essa vontade não vai passar tão já por que essa bendita pessoa não cala a porcaria da boca. É difícil ter paciência, ou esperar ter o mínimo que seja, quando a pessoa se esforça tanto pra te encher o saco. Mesmo a culpa não sendo necessariamente dessa pessoa. Não evolui o bastante ainda pra entender que não há um culpado, só sei que me irrita demais e eu quero fazer a pessoa se calar.

É. Eu queria ser um anjo. Mas acho que estou bem longe disso. Desculpa, Brasil.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hello, World

Começando mais um blog nesse mundo virtual que, muito provavelmente, não vai durar muito tempo como todos os outros blogs que eu já comecei. <3
Dito isso, quebrando um paradigma de que "dessa vez vai!", vamos dar início ao blog que será, em sua maior parte, meu muro particular das lamentações. Já tenho um outro blog, ou melhor, um livejournal, onde escrevo, esporadicamente, histórias e contos que povoam minha mente. Tais histórias e contos vivem surgindo e se desenrolando, mas o que me falta mesmo é vontade e vencer a preguiça que me toma de escrever e desenvolver cada uma delas. Ora, pode parecer o menor dos problemas já que o enredo parece existir, porém o medo de não conseguir transformá-las em palavras que assumam o verdadeiro tom e não conseguir demonstrar como realmente quero me impede e me impele a não escrever. Em minha cabeça, as histórias são empolgantes, mas temo que não consiga mostrar aos outros como elas realmente são. Ou que ninguém goste mesmo e pronto.

Eu já estava pensando em começar esse post chutando o balde e enchendo de xingamentos e maldições devido a fatos irritantes dessa vida, mas pensei que não seria educado já iniciar essa conversa despejando um balde de lavagem verborrágica. Não causaria uma boa impressão. Entretanto, aproveitem esse momento que pode ser único, pois não desejo medir muito as palavras ou me importar na impressão causada visto que, como foi exposto acima, esse blog é, praticamente, de uso pessoal para aliviar as tensões que me fazem querer explodir. Por isso, caso você tenha chegado até aqui por acaso, lido algumas partes, torcido o nariz e sentir vontade de fazer um comentário inútil, contenha-se. A vida já é uma porcaria sem a sua ajuda.

Muito bem. Essa foi a pequena introdução de um blog fadado ao esquecimento. Em breve, explosões de raiva, palavras sem sentido e lamentações sobre a vida, o universo e tudo mais.